segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Copa Sul-americana 2007: São Paulo e Boca – duelo de gigantes (parte 2)

Com a vitória conquistada na Argentina, o Boca Juniors veio ao Morumbi necessitando de um empate ou até de uma derrota por um gol de diferença desde que marcasse dois ou mais gols (3 a 2 ou 4 a 3 para o São Paulo por exemplo). Ao São Paulo bastaria uma vitória por 1 a 0 que igualaria a somatória de gols do confronto e eliminaria o time argentino nos gols marcados fora de casa. E foi exatamente isso que ele obteve, numa partida muito disputada, com duas equipes determinadas a conseguir o resultado e raras oportunidades reais de gol.

As escalações das duas equipes foram bem parecidas com as do jogo anterior. No Boca, apenas Palácio não atuou na segunda partida sendo substituído por Boselli. Na equipe brasileira três alterações: Alex Silva na vaga de André Dias, Dagoberto para o lugar de Hugo e Borges no ataque no lugar de Aloísio.

Em relação à plataforma de jogo, ambas equipes utilizaram as mesmas do jogo em “La Bombonera”. O São Paulo jogando no 3-6-1 e o Boca no 4-3-1-2 (ver parte 1).

E, com praticamente as mesmas escalações iniciais e as mesmas plataformas de jogo, a partida apresentou características diferentes da anterior. Principalmente pela mudança de atitude do São Paulo que alterou sua estratégia, pois sabia que o Boca tentaria a todo momento controlar a partida. Vejamos duas dessas alterações na postura da equipe:

- sem bola, o São Paulo optou por uma marcação mais agressiva (ativa) buscando recuperar a bola rapidamente. Resultado: o Boca errou mais passes do que no primeiro jogo e o São conseguiu ter a bola mais tempo do que na Argentina controlando melhor o jogo de acordo com seu interesse.

- reposição rápida do Rogério Ceni sempre que a bola era finalizada em seu gol. Resultado: o triângulo ofensivo do Boca não conseguia organizar-se para marcar a saída de bola são-paulina diminuindo o número de recuperações de bola na zona de meio de campo pelo trio Battaglia, Ledesma e Dátolo.

No início do segundo tempo o São Paulo veio a campo com Aloísio no lugar de Borges e montado num 4-3-3 (figura 1). Foi quando conseguiu marcar o gol que deu sua classificação aos 9 minutos com o próprio Aloísio e em seguida retornou para o 3-6-1, plataforma essa que utiliza em grande parte de seus jogos e conseqüentemente onde se sente mais seguro para jogar.

Figura 1 – O 4-3-3 do São Paulo

Nessa formação, a linha defensiva ficou formada por: Alex Silva (2), Miranda (3), Breno (4) e Richarlyson (6). Hernanes (5) ficou como único volante tendo a sua frente Souza (8) e Jorge Wágner (10) com meias. Dagoberto (7) jogou aberto na direita e Leandro (11) na esquerda com Aloísio (9) centralizados entre os zagueiros.

Com essa formação, Muricy Ramalho conseguiu ter uma distribuição de atletas mais equilibrada nos setores e mais próxima também da utilizada pelo Boca. Isso criou espaços entre as linhas do time argentino nos menos de 10 minutos em que foi praticado. Como resultado, um gol iniciado numa reposição longa com os pés feita por Rogério Ceni que pegou a defesa do Boca mal posicionada permitindo uma disputa aérea na linha de sua área sem um posicionamento adequado de seus zagueiros.

Leandro Zago

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