quarta-feira, 10 de outubro de 2007

3-5-2

· Posicionamento

Figura 1 – 3-5-2

Esse sistema foi muito utilizado a partir da Copa de 1990 na Itália, pois muitas seleções o utilizaram naquele torneio. Veio como uma alternativa para marcar o 4-4-2, visto que os 3 zagueiros garantiriam a sobra a todo momento. Os “laterais” nesse sistema passam a ser chamados de alas porque ganham novas funções tanto na parte defensiva quando devem marcar mais “por dentro” quanto na parte ofensiva quando tem participação ativa na armação do jogo. A inteligência e as características dos alas são fundamentais para que esse sistema de jogo funcione.

Figura 2 – 3-5-2 B

Com essa alteração no posicionamento, os alas tem uma função ofensiva mais importante, pois terão que dividir com o meia a responsabilidade da armação do jogo e chegada ao ataque.

· Características

- número equilibrado de jogadores em cada compartimento do campo;

- boa ocupação de espaço nos três setores;

- pode ser ofensivo ou defensivo com poucas alterações;

- armação de jogo pelas alas.

- a cobertura dos alas necessita de muita coordenação defensiva;

- o adversário cria dificuldade se entrar com 1 ou 3 atacantes;

- necessita de zagueiros com boa técnica para a saída de bola.

Leandro Zago

4-4-2

· Posicionamento



Figura 1 – 4-4-2

O 4-4-2 é um sistema que está presente no futebol a cerca de 20 anos, foi muito utilizado na década de 90 (principalmente no Brasil) por permitir uma enorme variação de posicionamentos, principalmente do meio de campo para a frente, e também por designar 2 jogadores para cada posição, facilitando a distribuição de tarefas. Utiliza-se, nesse sistema dois laterais que se alternam no momento do apoio ao ataque, um volante mais centralizado e outro que faça cobertura dos laterais, dois meias que participem da marcação e cheguem bem à frente, um atacante mais “de área” e outro com boa movimentação.

Figura 2 – 4-4-2 B

O 4-4-2 da figura acima é o chamado “4-4-2 Losango” que tem por característica a facilidade de se montar triângulos no seu posicionamento pela disposição dos atletas em campo. Pode ser ofensivo com um volante ou três meias, ou defensivo com três volante e um meia.

· Características

- número equilibrado de jogadores em cada compartimento do campo;

- boa ocupação de espaço nos três setores;

- pode ser ofensivo ou defensivo com poucas alterações.

- o apoio dos laterais não é protegido com muita eficiência;

- com os meias jogando em linha cria-se uma distância com os atacantes;

- com o losango, há espaço para o adversário nas laterais na linha média;

Leandro Zago

Sistematizando a posse de bola no 3-5-2

Segue abaixo como o campo deve ser dividido:

Sistematizando a posse de bola no 3-5-2

  • Metade esquerda do campo (ataque contra defesa)

- Execução: os alas partem da bandeirinha sendo um sem bola e outro com bola, de forma alternada, iniciando uma jogada de ataque com inferioridade numérica do ataque cujo objetivo é a busca do gol. Para o sistema defensivo o objetivo é roubar a bola e realizar um bom passe em qualquer uma das bandeirinhas.

- Número de jogadores envolvidos: mínimo 11 (onze) + goleiro / máximo 22 (vinte e dois) + 2 goleiros.

- Fatores a controlar: tempo de intervalo entre as execuções, tempo total de treino, intensidade de concentração dos atletas durante execução, muitas bolas ao redor para evitar paradas prolongadas na atividade.

- Variação:

- iniciar com a bola no meio;

- inserir um dos volantes para igualar numericamente;

- limitar o tempo de ataque ou de defesa;

- limitar o número de toques por atleta;

- colocar um número de passes mínimo antes de finalizar.

  • Metade direita do campo (saída de bola pelos lados direito e esquerdo)

- Execução: o zagueiro central busca a bola na bandeirinha e inicia a jogada com seu zagueiro pelo lado (direito ou esquerdo dependendo do lado da atividade), seu volante (direito ou esquerdo dependendo do lado da atividade) e seu ala objetivando realizar um passe entre as bandeirinhas que localizam-se na linha do meio de campo e sua respectiva linha lateral. A equipe que marca deve roubar a bola e realizar um cruzamento da região onde está colocado um arco.

- Número de jogadores envolvidos: mínimo 16 (dezesseis) / máximo 32 (trinta e dois).

- Fatores a controlar: tempo de intervalo entre as execuções, tempo total de treino, intensidade de concentração dos atletas durante execução, muitas bolas ao redor para evitar paradas prolongadas na atividade.

- Variação:

- limitar o tempo de ataque ou de defesa;

- limitar o número de toques por atleta;

- realizar um número mínimo de passes antes de se atingir a bandeirinha.

Leandro Zago

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Copa Sul-americana 2007: São Paulo e Boca – duelo de gigantes (parte 2)

Com a vitória conquistada na Argentina, o Boca Juniors veio ao Morumbi necessitando de um empate ou até de uma derrota por um gol de diferença desde que marcasse dois ou mais gols (3 a 2 ou 4 a 3 para o São Paulo por exemplo). Ao São Paulo bastaria uma vitória por 1 a 0 que igualaria a somatória de gols do confronto e eliminaria o time argentino nos gols marcados fora de casa. E foi exatamente isso que ele obteve, numa partida muito disputada, com duas equipes determinadas a conseguir o resultado e raras oportunidades reais de gol.

As escalações das duas equipes foram bem parecidas com as do jogo anterior. No Boca, apenas Palácio não atuou na segunda partida sendo substituído por Boselli. Na equipe brasileira três alterações: Alex Silva na vaga de André Dias, Dagoberto para o lugar de Hugo e Borges no ataque no lugar de Aloísio.

Em relação à plataforma de jogo, ambas equipes utilizaram as mesmas do jogo em “La Bombonera”. O São Paulo jogando no 3-6-1 e o Boca no 4-3-1-2 (ver parte 1).

E, com praticamente as mesmas escalações iniciais e as mesmas plataformas de jogo, a partida apresentou características diferentes da anterior. Principalmente pela mudança de atitude do São Paulo que alterou sua estratégia, pois sabia que o Boca tentaria a todo momento controlar a partida. Vejamos duas dessas alterações na postura da equipe:

- sem bola, o São Paulo optou por uma marcação mais agressiva (ativa) buscando recuperar a bola rapidamente. Resultado: o Boca errou mais passes do que no primeiro jogo e o São conseguiu ter a bola mais tempo do que na Argentina controlando melhor o jogo de acordo com seu interesse.

- reposição rápida do Rogério Ceni sempre que a bola era finalizada em seu gol. Resultado: o triângulo ofensivo do Boca não conseguia organizar-se para marcar a saída de bola são-paulina diminuindo o número de recuperações de bola na zona de meio de campo pelo trio Battaglia, Ledesma e Dátolo.

No início do segundo tempo o São Paulo veio a campo com Aloísio no lugar de Borges e montado num 4-3-3 (figura 1). Foi quando conseguiu marcar o gol que deu sua classificação aos 9 minutos com o próprio Aloísio e em seguida retornou para o 3-6-1, plataforma essa que utiliza em grande parte de seus jogos e conseqüentemente onde se sente mais seguro para jogar.

Figura 1 – O 4-3-3 do São Paulo

Nessa formação, a linha defensiva ficou formada por: Alex Silva (2), Miranda (3), Breno (4) e Richarlyson (6). Hernanes (5) ficou como único volante tendo a sua frente Souza (8) e Jorge Wágner (10) com meias. Dagoberto (7) jogou aberto na direita e Leandro (11) na esquerda com Aloísio (9) centralizados entre os zagueiros.

Com essa formação, Muricy Ramalho conseguiu ter uma distribuição de atletas mais equilibrada nos setores e mais próxima também da utilizada pelo Boca. Isso criou espaços entre as linhas do time argentino nos menos de 10 minutos em que foi praticado. Como resultado, um gol iniciado numa reposição longa com os pés feita por Rogério Ceni que pegou a defesa do Boca mal posicionada permitindo uma disputa aérea na linha de sua área sem um posicionamento adequado de seus zagueiros.

Leandro Zago